TÍTULO: A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO PLANEJAMENTO REPRODUTIVO, PRÉ-NATAL E PUERPÉRIO NA UBS JOSE CELESTINO
ESPECIALIZANDO: DAIME SANTANA
ORIENTADOR: ISAAC ALENCAR PINTO
Nesse capítulo será apontado como ocorreu a microintervenção III, com o objetivo de mostrar foi realizada a educação em saúde sobre o planejamento reprodutivo, pré-natal e puerpério na UBS José Celestino e qual a importância dessa estratégia na prevenção de agravos a saúde da família, da mãe e do bebê.
A princípio foi realizada uma reunião com a equipe de saúde para discutir qual o maior problema encontrado referente ao planejamento reprodutivo, pré-natal e puerpério na Unidade. Durante a reunião, a equipe apontou que tínhamos como problema a não realização da educação em saúde e também não tínhamos um grupo de gestantes para ofertar orientações sobre a gravidez, pré-natal e puerpério e que isso precisava ser solucionado o quanto antes.
A UBS José Celestino oferece orientações sobre planejamento reprodutivo para homens e mulheres que procuram a Unidade, oferecendo preservativos de forma gratuita, como orientações sobre qual método contraceptivo é o mais indicado.
Referente ao atendimento em pré-natal e puerpério, a Unidade atende aproximadamente 30 gestantes, acompanhadas em consultas do pré-natal e em visitas domiciliares, com cobertura de 80% das gestantes cadastradas na unidade. Ainda assim, fazemos busca ativa das gestantes, inclusive as adolescentes, feita pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Um levantamento periódico também é realizado mensalmente das gestantes do bairro, mesmo aquelas que fazem pré-natal em unidades privadas.
Na ESF realizamos atividades voltadas para educação em saúde com adolescentes sobre o planejamento familiar e o uso dos métodos contraceptivos, bem como a prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis.
Entre essas atividades, há uma falha na educação em saúde voltada para as gestantes. Em relação ao problema da falta de educação em saúde, eu e a equipe estabelecemos um plano de ação com a criação do grupo de gestantes para podermos trabalhar com a promoção da saúde e prevenção.
Segundo Lopes et al (2010), a educação em saúde é uma estratégia de promoção em saúde que tem como objetivo trabalhar com a prevenção das doenças no âmbito do Sistema Único de Saúde. Essa promoção teve início com a Carta de Ottawa de 1986, através de uma estruturação mundial da saúde, envolvendo países da América Latina e Europa Ocidental.
Dessa forma, a promoção em saúde é caracterizada como “processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo” (OMS, 1986 apud LOPES et al, 2010, p.21).
Percebe-se que a base da promoção em saúde trata-se de conscientizar a população sobre a prevenção das doenças, e que a educação em saúde é uma das estratégias para tornar essa promoção possível em vários países e no Brasil.
Na UBS José Celestino, temos uma meta de trabalho de educação em saúde através da metodologia de grupos de risco, onde levaremos a informação para as doenças mais prevalentes, como hipertensos, diabéticos, gestantes, adolescentes, entre outros.
Segundo Ruiz, Lima e Machado (2004), a educação em saúde por si só, não tem como arcar com a responsabilidade de promover a saúde, pois para se ter saúde não basta a resolução de problemas biológicos. É necessário que haja integração de ações intersetoriais, tentando solucionar as necessidades sociais, econômicas, políticas, culturais e religiosas, visto que todos estes setores interferem na saúde das pessoas.
Gostaria de destacar que o foco do atendimento em grupo de educação em saúde é no planejamento reprodutivo, pré-natal e puerpérios, com as gestantes atendidas pela Unidade.
Assim, de acordo com os manuais do Ministério da Saúde de assistência ao pré-natal (2005), os temas a serem trabalhados com o grupo de gestantes com reuniões uma vez na semana durante o ano de 2018 serão:
Para o ano de 2019, pretende-se continuar com o grupo de gestantes atendidas na Unidade, com os seguintes temas:
Percebe-se que há uma continuidade dos temas que serão ainda abordados nesse ano de 2018 com o grupo de gestantes, pois a educação em saúde acompanha todo o pré-natal até o puerpério, até após o nascimento da criança, dando continuidade no atendimento da mãe e no acompanhamento e desenvolvimento infantil.
Ao utilizar a metodologia assistencial do grupo educativo com gestantes, o médico privilegia multidimensionar o atendimento, oportunizando momentos de troca de informações a respeito de vivências e comportamentos semelhantes em meio ao coletivo, integrando o grupo e fazendo-o sentir-se amparado e corresponsável na busca de estratégias promissoras de melhores condições de vida e saúde, direcionadas ao enfrentamento de mais uma experiência existencial (COELHO, MOTTA, 2005).
Portanto, trabalhar com o grupo de gestantes na UBS é um trabalho muito positivo e com grandes benefícios, tanto para as gestantes que aprendem a cada encontro um pouco mais sobre sua saúde, como para a equipe que também é capacitada para melhor acolher essas gestantes.
A Rede Cegonha é um pacote de ações para garantir o atendimento de qualidade, seguro e humanizada para todas as mulheres. O trabalho busca oferecer assistência desde o planejamento familiar, passa pelos momentos da confirmação da gravidez, do pré-natal, pelo parto, pelos 28 dias pós-parto (puerpério), cobrindo até os dois primeiros anos de vida da criança (BRASIL, 2013).
Esses grupos são muito importantes para o desenvolvimento da aprendizagem sobre a gestação e para preparar tanto a equipe de atendimento como a gestante para o momento do parto e do pós-parto.
REFERENCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada – manual técnico/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Rede Cegonha. manual técnico/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
COELHO, D. F.; MOTTA, M. G. C. A Compreensão do mundo vivido pelas gestantes portadoras do vírus da imunodeficiência humana (HIV). Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre (RS), v. 26, n. 1, p. 31-41, abr., 2005.
LOPES, Maria do Socorro Vieira et al. Análise do conceito de promoção da saúde. Texto contexto – enferm, Florianópolis, v. 19, n. 3, p. 461-468, Sept. 2010.
RUIZ, V; LIMA, A; MACHADO, A. Educação em saúde para portadores de doença mental: relato de experiência. Rev Esc Enferm USP, 38(2):190-6, 2004.
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