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RELATO DE EXPERIÊNCIA
TÍTULO: OBSERVAÇÃO DA UNIDADE DE SAÚDE
ESPECIALIZANDO: THIAGO PILOTO DE ANDRADE
ORIENTADOR: RICARDO HENRIQUE VIEIRA DE MELO
Com o lançamento do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e Qualidade (PMAQ), em 2011, que visa o apoio, indução, fortalecimento, avaliação e monitorização do desempenho da atenção básica, foram estabelecidos os processos avaliativos da implantação do mesmo. Dentro desses processos, é aplicada a Autoavaliação para Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (AMAQ), primeiro item do Eixo Estratégico Transversal de Desenvolvimento, última etapa do PMAQ, e que propõe um ciclo contínuo de melhoria do acesso e da qualidade da Atenção Básica (BRASIL, 2017).
A seguir será apresentado um relato de experiência da aplicação da AMAQ bem como a microintervenção proposta e realizada pela equipe, ponto que traz sentido a todo o processo autoavaliativo. Sendo assim, a AMAQ não visa apenas identificação de problemas, mas também a superação dos mesmos (BRASIL, 2017).
A realização da microintervenção se dividiu em duas partes com focos distintos. Na primeira parte, foi escolhido um padrão insatisfatório evidenciado na AMAQ, a fim de torná-lo satisfatório. Em sua segunda parte, a microintervenção implicou na elaboração de um instrumento de monitorização dos indicadores de desempenho pactuados pelo PMAQ.
O padrão insatisfatório considerado e escolhido pela equipe como foco da microintervenção na primeira parte foi “Disposição de insumos e medicamentos indicados para o primeiro atendimento nos casos de urgência e emergência”. Já há um tempo se percebia a falta de medicamentos básicos necessários em casos de urgência, até mesmo casos simples, como um exemplo em que era necessário realizar hidratação e redução da febre via intra-venosa em paciente com febre alta e faringoamigdalite importante, mas não tinha equipo na Unidade para tal procedimento. Foi percebida também a falta de outros intens, como antiinflamatórios injetáveis, dispositivo bolsa-valva-máscara, desfibrilador externo, entre outros.
A microintervenção se mostra importante por propor solucionar a falta de insumos fundamentais para situações de urgência, desde casos leves a graves, e tem como objetivo qualificar o estoque da Unidade e evitar encaminhamentos desnecessários. Por exemplo: enviar um paciente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) apenas para receber um analgésico injetável, ou resolução de crise de asma, por na unidade não haver os itens necessários para o tratamento adequado (equipo para infusão de corticoide IV, ampolas de anti-inflamatório).
A realização da microintervenção ocorreu através de várias etapas que envolveram checagem, listagem, e comunicação inersetorial. Primeiramente, houve a checagem do estoque de medicamentos e insumos disponíveis na Unidade relacionados a urgência e emergência. Em seguida, foi feita uma listagem dos itens disponíveis para uma posterior comparação com a lista oficial preconizada pelo Departamento de Atenção Básica (DAB). Após a comparação, foram elencados os itens em falta. Por fim, foi feita a comunicação com os gestores responsáveis (coordenadora da UBS e coordenadora da Atenção Básica do Município), com o objetivo de informar e verificar a disponibilidade dos recursos em falta, propondo também o prazo de 1 mês para resolução. Com a chegada dos itens, será feita uma nova checagem através da comparação entre lista da Unidade e lista preconizada pelo DAB.
Não houveram grandes dificuldades para a realização da microintervenção. Na verdade, a dificuldade se fazia presente antes, na falta de desprendimento da equipe em mobilizar-se para resolver o problema já percebido há algum tempo. Não obstante, como pontos facilitadores da microintervenção, se fez presente o esforço do trabalho em grupo e a existência de um estoque farmacêutico organizado, permitindo a otimização do tempo para realização da checagem e listagem.
Os impactos da microintervenção ainda não foram observados devido a sua aplicação recente, mas certamente poderão ser colhidos os seus resultados. A comunidade poderá ser melhor assistida e em tempo hábil nas suas necessidades de urgência, e até de emergência.
Na segunda parte da microintervenção, o instrumento escolhido para a monitorização dos indicadores foi a produção uma planilha virtual, que dispunha de um registro diário numericamente e percentualmente dos indicadores preconizados, afim de serem acompanhados mensalmente pela equipe. A profissional de saúde bucal da equipe forneceu o exemplo de uma planilha confeccionada pela própria, com os indicadores preconizados pela equipe de saúde bucal facilitando todo o processo. Foi incluído na planilha também, apesar de não ser um indicador preconizado, o registro de gestantes em primeira consulta do Pré-Natal atendidas antes de findados os primeiros 120 dias de gestação.
Referências
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). Manual instrutivo para as Equipes de Atenção Básica e NASF. Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
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