ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE MÃE CRISTINA
ESPECIALIZANDO: LISBETH PÉREZ MENÉNDEZ
ORIENTADORA: DANIELE VIERA DANTAS
A infância é um período em que se desenvolve grande parte das potencialidades humanas e os distúrbios que incidem nessa época são responsáveis por graves consequências para indivíduos e comunidades. Na área da Atenção Básica à Saúde, a Estratégia Saúde da Família (ESF), desde a sua criação, no ano 1993, vem se consolidando como um dos eixos estruturantes do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de um movimento de expressiva expansão de cobertura populacional, aprimorando em muito o acesso da população as ações de saúde (BRASIL, 2009) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância reconheceu a ESF como uma das principais políticas adotadas para redução da mortalidade infantil (BRASIL, 2011).
Na minha Unidade Básica de Saúde (UBS), a equipe faz um trabalho contínuo para implementar e melhorar todas as estratégias de saúde, fundamentalmente as relacionadas à saúde materno-infantil. Na unidade existe um cadastro atualizado de crianças menores de dois anos permitindo melhor atendimento e acompanhamento dos diferentes problemas de saúde.
Semanalmente a equipe realiza consultas de puericultura nas crianças de até dois anos, avaliando o Crescimento e Desenvolvimento (CeD) destes durante esse período. Essas consultas são realizadas pela médica e a enfermeira, sempre contando com o apoio dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Nestas consultas, são utilizados protocolos voltados para a atenção a crianças menores de dois anos e a Caderneta de Saúde da Criança, na qual é anotado peso, altura, perímetro cefálico e vacinas, facilitando seu acompanhamento.
Na análise do questionário apresentado no módulo detectamos algumas dificuldades existentes nos atendimentos das crianças. Na UBS não existe ficha espelho que permita refletir em conjunto os principais aspectos das cadernetas de saúde das crianças cadastradas, existindo somente o registro de vacinação em dia. A partir dessa dificuldade decidimos elaborar um registro que permita em cada consulta anotar estado nutricional, desenvolvimento e crescimento, resultado do teste do pezinho, risco de acidentes e casos de violência familiar de cada criança. Esse registro deverá ser atualizado semanalmente por médico e enfermeira, depois de cada consulta, e pelo ACS, depois das visitas domiciliares.
Na UBS, realiza-se busca ativa de recém-nascidos prematuros, com baixos peso e crianças com consultas de puericulturas atrasadas. Também são realizadas frequentemente ações de promoção do aleitamento materno exclusivo até os seis meses e estímulo à introdução de alimentos saudáveis e aleitamento materno continuado a partir dos seis meses. Estas ações são desenvolvidas em conjunto com a equipe do Núcleo Ampliado em Saúde da Família (NASF) sempre com a participação ativa de mães e gestantes as quais podem esclarecer suas dúvidas.
Recentemente, foi celebrada na unidade a semana de saúde da criança na qual foram desenvolvidas campanhas de vacinação para crianças de até cinco anos, avaliado linguagem e audição das crianças e o estado nutricional.
Outra dificuldade detectada na UBS é a não realização de pesquisas e acompanhamento aos casos de violência infantil. Infelizmente tivemos um caso de um recém-nascido vítima do maus tratos e falta de cuidado da família e que foi preciso a intervenção do Conselho Tutelar. A partir desse episódio, a equipe resolveu realizar pesquisas e acompanhar os casos com risco na comunidade, observando atentamente qualquer sinal de violência em cada consulta e com a realização de visitas mais frequentes nas casas das crianças por parte dos ACS.
Nos 20 meses de meu trabalho contínuo na unidade, as estratégias desenvolvidas permitiram que a mortalidade infantil tivesse índice zero, o número de baixo peso ao nascer registrado é de apenas duas gêmeas que agora estão em ótimo estado de saúde e um único caso de desnutrição proteico energética que estar em acompanhamento com equipe multiprofissional, incluindo o pediatra.
A criança demanda atenção integral de forma acolhedora e contínua, por esse motivo, a equipe e tem o compromisso de continuar trabalhando para o aperfeiçoamento da atenção à saúde das crianças. Esperamos que, ao término deste ano, os resultados das novas estratégias implementadas sejam mais relevantes e satisfatórios pelo bem-estar da comunidade.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção à saúde do recém-nascido. Guia para os profissionais da saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. Disponível em: <http://www.redeblh.fiocruz.br/media/arn_v1.pdf17>. Acesso em: 22 ago. 2018.
_____. Secretaria de Atenção à Saúde. Saúde da Criança: Nutrição Infantil. Aleitamento Materno e Alimentação Complementar. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
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