AÇÕES DE ACOMPANHAMENTO À SAÚDE DA CRIANÇA
ESPECIALIZANDA: MARLEN CHANG GARCIA
ORIENTADORA: DANIELE VIEIRA DANTAS
Todos os profissionais da saúde conhecem a importância de realizar um adequado acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento (CeD) da criança e o maior desafio estar em levar esse conhecimento às famílias envolvidas no processo, principalmente quando trabalhamos em uma comunidade rural com baixo nível de escolaridade, poucos recursos socioeconômicos e fortes tradições e preconceito.
É bem sabido que o nascimento de uma criança pressupõe mudança para toda a família, que esse novo membro vai precisar de uma série de cuidados para chegar à vida adulta. Esses cuidados precisam ser oferecidos pela equipe de saúde, fundamentalmente nos dois primeiros anos de vida, nos quais podem ser diagnosticados e tratados alguns dos problemas de saúde mais frequentes (anemia, desnutrição, malformações congênitas), fazendo especial ênfase na etapa neonatal que se apresenta com as maiores taxas de mortalidade.
Pela relevância dos fatos aqui expostos, gostaria de relatar como realizamos na minha Unidade Básica de Saúde (UBS) as atividades de atenção à saúde da criança, ações com as quais estou muito satisfeita pelo nível de organização e comprometimento de todos os integrantes da equipe, o qual se reflete no estado de saúde da nossa população infantil.
Na reunião da equipe, correspondente ao mês de agosto de 2018 foram analisadas várias questões, levando em consideração as recomendações do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). Motivo pelo qual a equipe após uma análise aprofundada, respondeu um questionário procurando saber se a equipe realizava as ações preconizadas pelo PMAQ-AB.
O questionário foi respondido sem dificuldades e foi um tempo de reflexão da equipe para nos inspirar em conseguir organizar outros esquemas de atendimentos que tem nos exigido um máximo esforço e resultados, demonstrando que uma agenda organizada e um objetivo comum acarretam eficiência e produtividade.
Na Unidade Básica de Saúde, a equipe desenvolve consultas de puericultura nas crianças de até dois anos. Popularmente conhecidas como CeD são realizadas nas terças-feiras pela enfermeira, previamente agendadas e confirmadas pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Caso se apresente qualquer dificuldade na consulta ou apareça alguma dúvida, os pacientes são consultados em conjunto com a médica, a mesma conduta se aplica para as crianças de risco.
No trabalho diário, utilizamos protocolos de atenção voltados à criança menores de dois anos, dessa forma fica garantido o atendimento rápido e organizado, no qual tem sido de grande importância o uso de materiais como o Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDP neonatal), uma vez que as estatísticas mostram que a maior taxa de mortalidade ocorre nessa faixa etária.
A equipe possui cadastramento atualizado das crianças menores de dois anos, organizado em um caderno bem identificado (Figuras 1 e 2), que contém nome, sobrenome, data de nascimento, sexo e endereço da criança, nome da mãe e espaço para observações. O caderno é atualizado mensalmente com dados fornecidos pelos ACS, que também têm registros de cada uma das microáreas.
Figura 1. Cadastro do CeD da Estratégia Saúde da Família de Cobé.
Figura 2. Cadastro do CeD da Estratégia Saúde da Família de Cobé.
A equipe utiliza a caderneta de saúde da criança para o acompanhamento, a caderneta registra dados de grande importância do crescimento e desenvolvimento, que são preenchidos corretamente em cada consulta, as mães são orientadas a ler as informações dirigidas à família e estimuladas a compartilhar dúvidas a respeito, nas consultas de acompanhamento, assim como nos atendimentos médicos por outros motivos e nas palestras desenvolvidas na unidade.
Na unidade da saúde utilizamos as fichas individuas como espelho da caderneta de saúde da criança, que recolhem dados desde a primeira visita realizada à criança e puérpera, para a obtenção de informações perinatais e neonatais.
A equipe possui registros atualizados da situação vacinal das crianças, um dos cadernos é atualizado pela vacinadora, contendo data das vacinas e lote, do mesmo jeito são feitas as anotações nas cadernetas de saúde da criança e nas fichas individuais, assim como nos cartões de vacinas. Consideramos de grande importância essas informações.
As fichas de atendimento individual vêm a ser uma ferramenta muito importante, nas quais são registrados os dados do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança, exames realizados (teste do pezinho, olhinho, orelhinha e coraçãozinho), estado nutricional, orientações para prevenir violência familiar e acidentes domésticos. Trabalhamos conjuntamente com o Núcleo de Atenção à Saúde da Família (NASF) em ações de prevenção e até o momento não temos caso de violência que necessite ser acompanhado pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) ou Conselho Tutelar.
A busca ativa de crianças prematuras, com baixo peso e com calendário vacinal atrasado é uma tarefa relativamente fácil devido à constância da equipe e regularidade do acompanhamento das crianças até dois anos de idade, que começa desde o pré-natal. No trabalho cotidiano, a maior dificuldade são alguns atrasos na consulta de puericultura, que ainda não é percebida por algumas mães como fundamental para a saúde dos seus bebês.
Na unidade de saúde são desenvolvidas com regularidade ações de promoção de saúde dirigidas a incentivar o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade (Figuras 3, 4 e 5), com apoio do NASF e fazendo uso de atividades educativas com vídeos informativos, demonstrações de técnica correta de amamentação com bonecos e troca de experiências anteriores. Tudo isso reforçado em cada visita domiciliar e nas consultas de puericultura.
Figura 3. Ações de promoção de saúde da Estratégia Saúde da Família de Cobé.
Figura 4. Ações de promoção de saúde da Estratégia Saúde da Família de Cobé.
Figura 5. Ações de promoção de saúde da Estratégia Saúde da Família de Cobé.
Igualmente a equipe realiza ações para estimular a introdução de alimentos saudáveis a partir dos seis meses, motivo pelo qual são oferecidas palestras com a presença da nutricionista do NASF, fazendo uso igualmente de apresentações expositivas dialogadas, cartazes e vídeos informativos. As mães também são orientadas a manter o aleitamento materno até os dois anos da criança. Todas essas informações e orientações são reforçadas em visitas domiciliares e nas consultas de puericultura.
Estou muito satisfeita com o trabalho da equipe referente ao acompanhamento à saúde da criança. Espero manter os resultados até agora alcançados, continuidade e superação permanente, lembrando sempre que as crianças de hoje são os cidadãos de amanhã.
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