21 de setembro de 2018 / SEM COMENTÁRIOS / CATEGORIA: Relatos

Por um ótimo atendimento dos pacientes com Hipertensão arterial sistêmica, Diabetes mellitus e Obesidade.

Especializando: Dalila Guerra González

Orientador: Cleyton Cezar Souto Silva.

 

          Consideradas como epidemia na atualidade, as doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) constituem sério problema de saúde pública, tanto nos países ricos quanto nos de média e baixa renda (BRASIL, 2008).

          A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como doenças crônicas as doenças cardiovasculares (cerebrovasculares, isquêmicas), as neoplasias, as doenças respiratórias crônicas e diabetes mellitus. Considera-se que todas elas requerem contínua atenção e esforços de um grande conjunto de equipamentos de políticas públicas e das pessoas em geral (BRASIL, 2008).

          Tendo em conta as ideias anteriores, e a necessidade de brindar um ótimo atendimento aos pacientes com doenças crônicas não transmissíveis como são a Hipertensão arterial sistêmica e o Diabetes mellitus, mas também a obesidade como um fator de risco para ambas doenças,   fizemos uma reunião com todos os membros de nossa equipe para responder o questionário orientado (ANEXO VII), refletir e discutir cada uma das questões do quadro, com o objetivo de identificar as dificuldades no processo de trabalho com estes pacientes, buscar soluções e assim elevar a qualidade de atendimentos destes pacientes.

          Nossa equipe realiza consultas ao 100% dos pacientes com Hipertensão arterial sistêmica e Diabetes mellitus pertencentes a nossa área de abrangência. No caso de que um paciente com alguma destas doenças acuda a nossa Unidade Básica de saúde (UBS) procurando uma consulta, o tempo de espera para recebê-la varia entre 1 a 2 dias. 

          Uma vez diagnosticados os pacientes com Hipertensão arterial sistêmica fazemos uma estratificação de risco de acordo com os protocolos orientados pelo Ministério de saúde. Além disso fazemos uma avaliação das comorbilidades e existência de fatores de risco cardiovasculares destes usuários com o objetivo de orienta-los para modificar aqueles que podem ser modificáveis, e também para brindar um atendimento de qualidade com maior periodicidade e com Inter consultas com outros especialistas em caso que fora necessário.

          No Brasil, o diabetes junto com a hipertensão arterial, é responsável pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações, de amputações de membros inferiores e representa ainda 62,1% dos diagnósticos primários em pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à diálise (BRASIL, 2006).

          Durante o analise nossa equipe identificou como dificuldade que não possuíamos um registro dos pacientes diabéticos com maior risco/gravidade. Então desenhamos uma ficha para registrar estes pacientes, assim ao mesmo tempo ter um controle dos que são encaminhados com outros especialistas ou serviços. (ANEXO VIII).

          A equipe conta om uma ficha de cadastro onde são registrados todos os pacientes que são diagnosticados com Hipertensão arterial sistêmica e Diabetes mellitus, permitindo o acompanhamento do 100% dos pacientes que se encontram em nossa área de abrangência. Além disso acompanhamos aos pacientes que além de ter Hipertensão artéria sistêmica também apresentam outra doença cardíaca, e encaminhamos eles com o cardiologista e outros especialistas em caso que fosse necessário, para uma avalição integral.

          A partir do registro geral dos pacientes com Hipertensão arterial sistêmica nossa equipe programa as consultas e exames das pessoas com hipertensão arterial sistêmica em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado; porem tínhamos como dificuldade a ausência de um registro mais especifico dos pacientes com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade o que impedia dar prioridade no atendimento a estes pacientes que realmente eram quem mais necessitados estavam. Então criamos um registro que nos permitirá ter um controle destes pacientes para priorizar e programar as ações com eles (ANEXO IX).

          Lamentavelmente a nossa equipe não tem como coordenar a fila de espera e acompanhamento dos usuários com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção; os pacientes que precisam de consultas em outros serviços ou com outros especialistas são encaminhados com uma ficha de referência pela equipe já que em nossa UBS não contamos com algumas das especialidades que eles poderiam precisar, então com a ficha de referência eles tem que procurar o especialista em outra UBS e logo de ser atendidos devem trazer a contra referência na próxima consulta com a equipe ; a mesma coisa acontece com os exames, existe muita instabilidade na realização de exames na minha UBS, pelo que o paciente tem que procurar outra UBS e em ocasiones tem que procurar laboratórios privados para fazer os exames indicados pela equipe, e depois trazê-los na próxima consulta com a equipe para ser avaliados. Ainda isso é uma dificuldade no atendimento e serviços oferecidos pela atenção básica além dos esforços que estão fazendo-se para melhorar isso.

          Por outra parte identificamos que a equipe não tinha o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção, então decidimos incluir ao registro dos pacientes com maior risco/gravidade um controle dos encaminhamentos para outros especialistas e serviços, como anteriormente foi mencionado (ANEXOS VIII e IX).

          A equipe programa as consultas e indica os exames de pessoas com diabetes mellitus em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado. Também realizamos exame do pé diabético periodicamente destes pacientes. Nossa equipe não faz do exame do fundo de olho pela ausência de oftalmoscópio em nossa UBS impedindo avaliar este aspecto nas consultas; então os pacientes são encaminhados   com o oftalmologista de nossa UBS quem faz o exame de fundo de olho e envia o resultado na ficha de contra referência com os pacientes e logo é analisado e colocado pela equipe no prontuário dos pacientes.

          As prevalências de sobrepeso e obesidade cresceram de maneira importante nos últimos 30 anos. Neste cenário epidemiológico do grupo de doenças crônicas não transmissíveis, destaca-se a obesidade por ser simultaneamente uma doença e um fator de risco para outras doenças deste grupo, como a hipertensão e o diabetes, igualmente com taxas de prevalência em elevação no país. (BRASIL, 2006)

          Em cada consulta oferecida pela nossa equipe fazemos avaliação antropométrica (peso e altura) dos usuários atendidos com o objetivo de identificar aqueles que estão com sobrepeso ou obesidade acompanhá-los e orienta-lhes ações destinadas a desenvolver estilos de vida saudáveis.

          Durante o acompanhamento nas consultas orientamos sobre a realização de exercícios físicos como caminhadas pelo menos 30 minutes ao dia, fazer academia ou zumba em dependência da condição de saúde de cada paciente. Também falamos sobre a importância de ter uma alimentação saudável e quais são os alimentos que devem ser evitados ou priorizados para fazer uma dieta adequada, além disso encaminhamos aos pacientes com a Nutricionista do NASF para que faça avaliação deles, oriente e coloque uma dieta saudável, também são encaminhados para outras especialidades e serviços no caso que precisarem. 

          Nossa equipe criou um grupo com aqueles pacientes que estavam dispostos a perder peso, desse jeito seriam orientados sobre diferentes temáticas de educação em saúde relacionadas com este aspecto; contamos com o apoio da nutricionista e a psicóloga, esta última foi de muita ajuda para que aqueles pacientes que estavam com vergonha de seu aspecto físico mudarem o jeito de pensar, mas também entenderem que a importância de obter o peso ideal não era somente pela estética corporal sino também pelo bem-estar da saúde deles.

          Com a realização desta microintervenção logramos identificar quais eram nossas dificuldades no atendimento dos pacientes com Diabetes mellitus e Hipertensão arterial sistêmica; buscamos soluções e obtivemos ferramentas que permitirem melhorar a organização do trabalho de nossa equipe. Também conseguimos trabalhar com aqueles pacientes com obesidade e sobrepeso, condições que constituem fatores de risco para estas duas doenças, orientamo-los sobre a importância de desenvolver estilos de vida saudáveis. Uma vez mais intercambiamos experiências com nossa população e também com outros colegas de trabalho como a nutricionista e a psicóloga as quais colaborarem em todo momento, o que considero foi uma fortaleza para o desenvolvimento desta microintervenção.

          Acredito que a partir de agora ficamos mais organizados e preparados para brindar um atendimento com maior qualidade a população com estas doenças e fatores de risco, daí a importância da realização desta microintervenção para nossa equipe. 

REFERENCIAS:

  1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes e recomendações para o cuidado integral de doenças crônicas não-transmissíveis: promoção da saúde, vigilância, prevenção e assistência / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância à Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2008. Pag. 13.
  2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 64 p. il. – (Cadernos de Atenção Básica, n. 16) (Série A. Normas e Manuais Técnicos), pag. 7
  3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Obesidade / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 108 p. il. – (Cadernos de Atenção Básica, n. 12) (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Pág. 8.

ANEXOS:

Questionário para microintervenção

 

Em relação às pessoas com HIPERTENSÃO ARTERIAL

Em relação às pessoas com DIABETES MELLITUS

QUESTÕES

SIM

NÃO

SIM

NÃO

A equipe realiza consulta para pessoas com hipertensão e/ou diabetes mellitus?

 

X

 

X

 

Normalmente, qual é o tempo de espera (em número de dias) para a primeira consulta de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes na unidade de saúde?

 

1 a 2 dias

 

1 a 2 dias

 

A equipe utiliza protocolos para estratificação de risco dos usuários com hipertensão?

 

X

 

 

 

A equipe avalia a existência de comorbidades e fatores de risco cardiovascular dos usuários hipertensos?

 

X

 

 

 

A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?

 

 

 

 

 

 

X

Em relação ao item “A equipe possui registro de usuários com diabetes com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso.

A equipe utiliza alguma ficha de cadastro ou acompanhamento de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes mellitus?

 

 

 

X

 

X

A equipe realiza acompanhamento de usuários com diagnóstico de doença cardíaca para pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial?

 

X

 

 

 

A equipe programa as consultas e exames de pessoas com hipertensão arterial sistêmica em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?

 

X

 

 

 

A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?

 

 

X

 

 

Em relação ao item “A equipe possui registro dos usuários com hipertensão arterial sistêmica com maior risco/gravidade?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso.

A equipe coordena a fila de espera e acompanhamento dos usuários com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes que necessitam de consultas e exames em outros pontos de atenção?

 

 

X

 

 

A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?

 

 

 

 

X

 

X

Em relação ao item “A equipe possui o registro dos usuários com hipertensão e/ou diabetes de maior risco/gravidade encaminhados para outro ponto de atenção?”, se sua resposta foi SIM, existe documento que comprove? Compartilhe um modelo (em branco) no fórum do módulo e troque experiências com os colegas de curso.

A equipe programa as consultas e exames de pessoas com diabetes mellitus em função da estratificação dos casos e de elementos considerados por ela na gestão do cuidado?

 

 

 

X

 

A equipe realiza exame do pé diabético periodicamente nos usuários?

 

 

 

X

 

A equipe realiza exame de fundo de olho periodicamente em pessoas com diabetes mellitus?

 

 

 

 

X

EM RELAÇÃO À ATENÇÃO À PESSOA COM OBESIDADE

 

QUESTÕES

SIM

NÃO

A equipe realiza avaliação antropométrica (peso e altura) dos usuários atendidos?

X

 

Após a identificação de usuário com obesidade (IMC≥ 30 kg/m2), a equipe realiza alguma ação?

X

 

Se SIM no item anterior, quais ações?

QUESTÕES

SIM

NÃO

Realiza o acompanhamento deste usuário na UBS

X

 

Oferta ações voltadas à  atividade física

X

 

Oferta ações voltadas à alimentação saudável

X

 

Aciona equipe de Apoio Matricial (NASF e outros) para apoiar o acompanhamento deste usuário na UBS

X

 

Encaminha para serviço especializado

X

 

Oferta grupo de educação em saúde para pessoas que querem perder peso

X

 

 

REGISTRO DE PACIENTES DIABETECOS DE ALTO RISCO

Equipe 001

 

NO. Prontuário

Nome e sobrenome

Idade

Sexo

Endereço

Fatores de risco/ gravidade

Data da próxima consulta

Encaminhamento

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REGISTRO DE PACIENTES HIPERTENSOS DE ALTO RISCO

 Equipe 001

 

No. Prontuário

Nome e sobrenome

Idade

Sexo

Endereço

Fatores de risco/ gravidade

Data da próxima consulta

Encaminhamento

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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