TÍTULO: Implementação do Acolhimento na Unidade Básica de Saúde Santo Expedito, localizada no município de Parelhas, Rio Grande Do Norte
ESPECIALIZANDO: GUILLERMO JOSÉ RODRÍGUEZ NIEBLA
ORIENTADOR: ISAAC ALENCAR PINTO
COLABORADOR (A): SALMA MEIRA DE SOUZA
Unidades de Atenção à Saúde ao redor do mundo apresentam problemas em relação ao tempo de espera para atendimento médico, assim como no Brasil (MURRAY, TANTAU, 2003; VIDAL, 2013). Por meio de um agendamento semanal ou até mesmo mensal, o paciente que necessita de uma consulta emergencial procura a unidade para agendamento, conseguindo vaga muito tempo depois, em alguns casos mais de um mês após a data de agendamento (MURRAY, TANTAU, 2003)
De acordo com a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB, 2012), as Unidades Básicas de Saúde são a porta de entrada do sistema de saúde para a população, local onde se identificam os riscos, as necessidades e as demandas de saúde, para a coordenação do cuidado e resolução dos casos. Para tal, a população em geral tem consultas com o médico e/ou enfermeira da equipe de Saúde da Família, em esquema de agenda semanal ou mensal no qual o paciente marca sua consulta e aguarda o atendimento. Além disso, é preconizado para as equipes de Saúde da Família, uma população de até quatro mil (4. 000) pessoas, sendo o ideal até três mil e quinhentas (3.500) pessoas (PNAB, 2012).
No modelo anterior o médico chegava ao consultório com todas as consultas marcadas e sem possibilidade de atendimento para demanda espontânea, o paciente tinha de aguardar aproximadamente cinquenta e cinco (55) dias para conseguir se consultar na clínica.
No estado do Rio Grande do Norte o acesso avançado, como consequência da melhoria do acolhimento, está sendo implementada com sucesso mais recentemente, demonstrando aumento no índice de satisfação do paciente em relação às consultas, redução do tempo de espera e aumento do vínculo paciente-unidade de saúde (BRASIL, 2014).
Atualmente, a ESF Santo Expedito de Parelhas passa por mudanças significativas nos serviços de saúde, com reflexão, discussão e possibilidades de organizar o acolhimento na Unidade de Saúde. O processo de trabalho está fundamentado nas necessidades de saúde da população, no fortalecimento do vínculo e da continuidade do cuidado.
Um objetivo central da Equipe de Saúde Santo Expedito é oferecer um acolhimento com qualidade a toda rede de serviços e resolver a maior parte dos problemas e necessidades de saúde da população no ponto mais próximo do seu local de residência ou trabalho. Dessa forma, elaboramos este trabalho de micro intervenção para ao aperfeiçoamento para implantar o acolhimento.
Reuniu-se a equipe de saúde composta por um (1) Enfermeiro, uma (1) Técnica de Enfermagem, seis (6) Agentes Comunitários de Saúde e um (1) Médico, para implantar o acolhimento. Realizou-se um modelo de Registro Clínico Orientado por Problemas (RCOP), onde foi registrado todos os detalhes a respeito do processo Saúde – Doença dos pacientes atendidos. Falou-se da importância de ter este instrumento para os pacientes, com o objetivo de fazer um registro o mais completo possível dos dados, sintomas, exames, possível diagnostico, tratamento e seguimento dos pacientes.
Durante três semanas foi divulgado pelos Agentes Comunitários de Saúde, nas consultas, nas visitas domiciliares e nas escolas, o tipo de acolhimento. Neste caso, os tipos de consultas programadas, como por exemplo: grávidas, diabéticos, recém-nascidos e consultas espontâneas de feridas, infeções respiratórias, dores. Realizou-se um estudo do perfil da demanda destes dois tipos de acolhimentos, com uma população aproximada de três mil quinhentos e quarenta e um (3.541) habitantes.
Chegou-se na conclusão de que, fazendo uma programação das consultas a grupos priorizados, neste caso, cinco (5) consultas programadas pela manhã e outras cinco (5) pela tarde, dá tempo e espaço necessário para dar atendimento espontâneo a nossa população que é aproximadamente de doze (12) de manhã e de dez (10) à tarde.
O acolhimento é realizado desde o momento que o paciente chega à ESF: a técnica de enfermagem recebe o usuário e faz entrega dos prontuários aos pacientes de consulta programada e aos pacientes que vão chegando de consulta espontânea. Para isso, foi capacitada a equipe de saúde, pois de forma alternada cada dia uma agente comunitária realiza o acolhimento, fazendo coincidir com seu dia de digitação. Ela faz as medições do peso, altura e afere a pressão arterial para depois encaminhar o usuário para a consulta.
O médico realiza a anamnese: exame físico geral, regional e pelo sistemas, se faz indicação de exames complementares, se precisar, e o diagnóstico possível para um tratamento integral, medicamentoso e não medicamentoso, assim como um possível acompanhamento posterior.
Como dificuldades na execução do microintervenção tivemos que parte da população não entendia a mudança do tipo de atendimento, pois estava acostumada ao modelo antigo. Como potencialidades, temos a necessidade da população de ter a melhoria do acolhimento e consequentemente o atendimento avançado, onde se reduz a consulta programada e aumentam-se as espontâneas, mantendo a ideia de “fazer o de hoje, hoje”.
Observou-se como mudanças com a microintervenção nestas três semanas que: fazendo um planejamento das consultas programadas e dando espaço e tempo para aumentar as consultas de demanda espontânea; e aplicando o modelo de Registro Clínico Orientado por problemas (RCOP), diminuem-se aqueles prazos longos onde os pacientes não recebem o tratamento e o seguimento adequado para suas doenças e espera-se que com a continuidade deste tipo de acolhimento (mediante o acesso avançado), aumente a qualidade de vida da população do Bairro Cruz do Monte.
Ponto(s)