TITULO: AÇÕES PARA MELHORAR NA ATENÇÃO A SAUDE MENTAL.
ESPECIALIZANDO: LIUDMILA GUILLEN FERRAN.
ORIENTADOR: MARIA HELENA PIRES ARAUJO BARBOSA.
O cuidado á saúde mental é um grande desafio na atenção básica, pois nossa equipe de trabalho em muitas ocasiões é o suporte emocional de muitos usuários em situação de estresse e depressão.
No mês de junho do ano corrente, foi realizada uma reunião com os membros da equipe da atenção básica e do coordenador desse nível de atenção do município. Na reunião foram discutidos vários tópicos sobre o tema da saúde mental. Dentro das questões discutidas, foram identificados alguns nós críticos da atenção à saúde mental como: a equipe não tinha registro de usuários em uso crônico de medicamentos controlados; Não tinha registro do número de casos mais graves de usuários em sofrimento psíquico; E não tinha registro dos usuários com necessidade decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas.
Sendo assim, a equipe construiu instrumentos para o registros dos dados acima mencionados (Apêndices 2,3,4) e definiu que os mesmos serão preenchidos pelos agentes comunitários de saúde, e também pelo médico e a enfermeira da equipe. Sendo assim, todos os membros trabalharão juntos para preencher em um curto período de tempo.
Várias medidas foram tomadas para preencher os registros apropriados, como a visita domiciliar, com cada um dos profissionais explicando a importância que isso tem para atingir a excelência desse indicador na avaliação externa do Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB).
Em um segundo momento da reunião, discutimos os principais problemas de nossa equipe para organizar melhor o serviço de saúde mental, uma vez que a demanda de saúde mental é muito alta. O nosso município dispõe de um psiquiatra, com consultas duas vezes por mês no horário da tarde, e consultas com psicólogo todas as quintas e sextas-feiras. Essas consultas ocorrem com integrantes do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB). Uma dificuldade apontada pela equipe foi a falta de comunicação entre os serviços.
O nosso município não possui Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), e por isso os usuários são atendidos em outro município. Temos dificuldade com as contrarreferencias de muitos usuários que usam psicotrópicos há muito tempo e só procuram o serviço da UBS para renovação de receitas, não sendo avaliados pelo especialista. Por estas razões a microintervenção tem como objetivos melhorar a qualidade dos serviços de saúde mental e o processo de trabalho da equipe, avaliar todos nossos usuários em uso de medicamentos controlados, e fazer mais uso das práticas integrativas e complementares.
Para o cumprimento dos objetivos, várias ações de saúde foram propostas como preencher os registros de usuários que fazem uso de medicamentos controlados, para ter um bom controle de todos nossos clientes, a fim de fazer uma melhor avaliação de cada um deles. O coordenador da atenção básica terá uma conversa com o especialista do município para que todos os usuários deixem a consulta com a contrarreferencia, para que o medico e a enfermeira da UBS tenham conhecimento e possam acompanhar cada cliente. Outro ponto foi a continuação das palestras sobre a importância do uso da medicina alternativa e complementar a toda a população.
A segunda etapa da microintervenção correspondente à construção de uma linha de cuidado em saúde mental. Para isso a equipe escolheu uma usuária de nossa área que chegou a consulta por demanda espontânea. Trata-se de uma mulher de 34 anos de idade com história de hipertensão e transtornos depressivos após o divórcio. Ela é professora e mora com filho de 7 anos que tem histórico de hospitalizações frequentes por ataques de asma e a crianção não tem o peso certo para sua idade. Recentemente foi diagnosticada com um tumor cerebral, após sofrer dores de cabeças severos. Sendo assim, a usuária chegou a UBS em um estado de depressão, referindo que não sabe o que fazer, porque ela não pode trabalhar em virtude do câncer e que vai morrer.
Na consulta foi realizada psicoterapia de apoio e tratamento com medicamento antidepressivo, consulta de acompanhamento e foram agendadas visitas domiciliares. A mulher foi referenciada e acompanhada pelo psicólogo e especialista em neurologia. E o filho foi encaminhado para avaliação por pediatria.
Na articulação com os membros da NASF-AB para a construção da linha de cuidado da usuária, não apresentamos dificuldades porque melhoramos a comunicação.
É necessário destacar que nossa equipe organizou o acompanhamento de nossos usuários com doenças de saúde mental, reconhecendo que ainda há dificuldades com as contrarreferências. E decidiu realizar atividades para esses usuários como palestras e rodas de conversas com o apoio de todos os profissionais.
Ponto(s)