Titulo: Incremento no número de adolescentes grávidas no ESF VII de Baixa do Meio. Guamaré.
Especializando: Geliuska Castellano Girones
Orientador: Isaac Alencar Pinto
Anteriormente no Relato de Experiência I tínhamos falado sobre a discussão na equipe de saúde dos aspectos do AMAQ, na qual a equipe reconheceu como dificuldade o relativo na atenção à saúde do adolescente. Neste aspecto ficou como alerta o elevado número de adolescentes grávidas presentes na área a UBS. Por isso, nossa equipe de saúde decidiu dar continuidade para refletir e adotar medidas educativas e terapêuticas além estratégias para reverter essa situação em nossa área de saúde.
A gravidez nesta etapa da vida é considerada de risco elevado tanto para a mãe como seu filho: ambos precisam de maior cuidado e um acompanhamento rigoroso pela equipe de saúde, considerando-se que nesta etapa da vida ainda no organismo estão acontecendo mudanças biológicas e psicológicas.
A gravidez na adolescência constitui uma problemática de saúde que afeta fundamentalmente os países latino-americanos, principalmente as pessoas com baixo nível socioeconômico e cultural. Apesar de ser discutido em todos os marcos sociais (saúde, educação, cultura), a gravidez na adolescência continua sendo um problema ainda a se resolver.
Para dar continuidade aos objetivos propostos na discussão do AMAQ, relacionadas com a saúde do adolescente, nossa equipe de saúde convocou uma reunião para a análise da gravidez na adolescência em nossa área de saúde. Com a participação de toda a equipe, a reunião iniciou a partir da apresentação de aspectos conceituais sobre: planejamento reprodutivo, atenção pré-natal e puerpério.
Num primeiro momento foi realizada uma análise da situação por microáreas identificando o total de mulheres em idade fértil, dentre elas as que estavam em risco biológico, econômico, psicológico, social e mistos. Além disso foi realizada uma análise para saber se elas procuravam orientações na consulta no que diz respeito ao planejamento reprodutivo. Isso também foi identificado como um problema, porque se identificou um número elevado de mulheres com gravidez não planejadas.
Em nosso município contamos com laboratório para exames (sangue, radiológicos, infectologia), detestação de câncer de colo, próstata e mama o que abarca a necessidade de todo nosso território, o que facilita as ações dessa linha de cuidado. Contamos com os recursos e medicamentos necessários para o diagnóstico e tratamento de doenças crônicas e transmissíveis, exemplo as ISTs durante a gravidez.
Contamos com NASF que contribui com as orientações e cuidados na gestação, fundamentalmente no âmbito nutricionais e psicológico, estimulando hábitos de vida saudáveis. A equipe em conjunto acompanha as adolescentes com um número de consultas não menor de 12 durante toda a gravides, oferecendo atendimento de qualidade.
Durante os primeiros 7 dias do puerpério nossa equipe realiza a visita puerperal, avaliando parâmetros tanto da mãe quanto da recém-nascido. Orientamos sobre temas diversos para o cuidado e desenvolvimento tanto da mãe como de seu filho neles. Envolvemos também a família, tão importante para executar as orientações oferecidas, fundamentalmente no que é relacionado à amamentação. Esta primeira visita é realizada pela equipe (medico, enfermeira, odontologista, agente de saúde). A mãe continua recebendo orientações pela equipe para planejamento reprodutivo ainda no período de puerpério e depois dele mediantes as quais elas podem optar pelo método contraceptivo mais adequado.
No último momento da análise, refletimos que a equipe pode oferecer melhores resultados na saúde reprodutiva e que o maior desafio estará presente no processo de planejamento reprodutivo.
A equipe possui o controle mensal das grávidas presentes na nossa área, dando cumprimento a um dos objetivos propostos pelo PMAQ, e dessa forma podemos fazer um melhor acompanhamento e avaliação mais frequente das mesmas. Assim, foi identificado o número de adolescentes grávidas até o momento da discussão.
A equipe trabalhará para diminuir o número de grávidas na adolescência.
Neste momento se planejou uma intervenção baseada em ações educativas que a equipe tem que desenvolver para promover o planejamento reprodutivo:
• Grupos de grávidas e inserção desse tema nos demais grupos como hiperdía e idosos;
• Palestras nas unidades;
• Distribuição de camisinhas.;
• Distribuição de folhetos que falam sobre HIV, IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis), gravidez na adolescência, vacinação, desigualdade sexual.
Criação de grupos de adolescentes nas unidades de saúde.
Criação de grupos para pães de adolescentes, para aqueles que precisam de orientação e guia para tratar temas fundamentalmente em educação sexual com seus filhos.
Criação de uma consulta mensal integrada por uma equipe multidisciplinar formada por: médico, psicólogo, enfermagem, e outros membros da equipe de saúde para avaliar mulheres com alto risco reprodutivo.
Realização de consultas de planejamento reprodutivo, mensais.
Acompanhamento individual das adolescentes com risco reprodutivo.
Programação de palestras mensais sobre saúde sexual ereprodutiva, além de diversidade sexual.
Palestras nas escolas.
Realização de atividades educativas intersetoriais.
No tocante ao cuidado pré-natal na unidade de saúde a equipe trabalhará em função da busca ativa de adolescentes com risco reprodutivo e grávidas, além das demais idades. Contamos nas unidades com testes de gravidez o que constitui uma potencialidade.
Finalmente abordamos sobre as principais complicações que pode trazer a gravides nesta etapa da vida:
Doença hipertensiva durante a gravidez;
Recém-nascido com baixo peso ao nascer;
Malformações congênitas.
Risco de mortalidade tanto para a mãe como para seu filho;
Paralisia cerebral;
Retardo mental;
Placenta prévia;
Traumatismo durante o parto.
Nossa equipe concluiu que a atividade sexual na adolescência vem aumentando e a incidência de gravidez em mulheres menores de 20 anos é cada vez maior. Essa etapa da vida é muito frágil, e por isso temos que reunir esforços para diminuir a frequência de adolescentes grávidas na nossa área de saúde, o que será um grande desafio para nossos profissionais.
Matriz de Intervenção
Descrição da situação problema: Elevada incidência de adolescentes grávidas na nossa área de saúde.
Objetivo: Diminuir o número de adolescentes grávidas na nossa área de saúde.
Estratégias para alcançar os objetivos:
Reconhecimento em consulta dos riscos reprodutivos.
Planejamento das consultas multidisciplinares para risco reprodutivo alto.
Atividades a serem desenvolvidas:
Consultas de acompanhamento.
Palestras.
Criação de grupos de adolescentes em todas as áreas de saúde.
Recursos necessários para o desenvolvimento das atividades:
• Prontuários, caderneta, folhetos, fichas de cadastro, e-SUS, camisinhas, contraceptivos, canetas, Esfigmo, estetoscópio,
Responsáveis: médico e enfermeira.
Prazo: 60 dias.
Mecanismos e indicadores para avaliar o alcance dos resultados;
o Aumento do fluxo de pacientes nas consultas de risco reprodutivo.
o Diminuição do número de pacientes com DST.
o Diminuição da incidência de adolescentes grávidas.
o Aumento do fluxo de pacientes nas consultas de planejamento reprodutivo.
Ponto(s)